Vale investe em startup de captura de carbono para indústria pesada
Capturar carbono onde ele é produzido permite que empresas poluidoras reduzam as emissões e mantenham a sua cara infraestrutura existente. Uma solução que promete ser mais barata para indústrias pesadas acaba de atrair aporte do veículo de investimentos em startups da mineradora brasileira Vale, o Vale Ventures, além das petrolíferas europeias Shell e Eni.
A Mantel Capture, startup americana pré-operacional, fechou uma rodada de investimentos ‘serie A’ de US$ 30 milhões com diversos investidores. Criada em 2022 no Departamento de Engenharia Química do Massachussets Institute of Technology (MIT), a empresa desenvolveu um sistema que pretende capturar 95% do dióxido de carbono emitido pelas chaminés de indústrias pesadas usando borato fundido, um mineral alcalino que captura carbono em fase líquida a altas temperaturas.
O baixo custo, segundo a companhia, vem do fato de que o processo aproveita os ambientes extremamente quentes dentro de fornos e caldeiras industriais, exigindo menos energia para aquecimento do que métodos de captura concorrentes.
Em larga escala, a Mantel projeta capturar carbono ao custo de US$ 30 a US$ 50 a tonelada, tornando-o economicamente viável em países que oferecem incentivos para captura de carbono ou taxam emissões.
“É uma tecnologia com alta eficiência energética, por isso tem potencial de reduzir o custo em até 50%, se comparado a soluções convencionais de captura de carbono, com uma operação de escala”, diz Bruno Arcadier, head do Vale Ventures, em entrevista ao Reset. O fundo não divulgou o tamanho do aporte na startup americana.
Thais Folego | Capital Reset | 06/11/24.