Conheça o Grupo de Redução de Riscos de Desastres do G20 no Brasil

Conheça o Grupo de Redução de Riscos de Desastres do G20 no Brasil

O Brasil está presidindo o G20 em 2024 e um dos temas em pauta, que desperta grande preocupação, é a redução de riscos e a prevenção de desastres naturais. Recentemente, o Brasil, em específico, o Rio Grande do Sul, sofreu com chuvas excessivas e as enchentes que causaram um estado de calamidade em diversas regiões gaúchas. E o tema não é recente: várias cidades serranas no Sudeste já foram afetadas com fortes chuvas, assim como diversas regiões foram impactadas pela estiagem e calor extremo. 

No G20, a trilha Sherpas prevê a discussão sobre este tema e entende como essencial a função do Grupo de Trabalho de Redução do Risco de Desastres, diante dos últimos acidentes climáticos globais. Para o G20, abordar as questões críticas relacionadas à gestão de crises e catástrofes em escala mundial é urgente. Por isso, a trilha “desempenha papel crucial na promoção da resiliência, prevenção e mitigação de riscos nos países-membros”, declarou a organização, em seu site oficial

A prioridade do grupo é garantir não só a segurança, mas também o bem-estar da população. Nesse sentido, a presidência brasileira do G20 está promovendo ações para o desenvolvimento sustentável, além de focar na resiliência das nações frente aos desafios que vêm pela frente. 

Prioridades nacionais

Durante a presidência do Brasil no G20, o Ministério de Desenvolvimento e Integração Regional é o coordenador do grupo, elegendo prioridades e elencando ações. 

Dentre as prioridades brasileiras então: 

  • combater as desigualdades e reduzir as vulnerabilidades;
  • fazer a cobertura global dos sistemas de alerta, de forma precoce;
  • contar com infraestruturas resilientes a catástrofes e às alterações climáticas;
  • possibilitar novas estratégias de financiamento para Redução do Risco de Desastres;
  • investir em Recuperação, Reabilitação e Reconstrução em Caso de Desastres.

Os desafios para a recuperação de cidades, com a colaboração de agentes internacionais, já foram tema de debate durante um encontro do grupo, na cidade do Rio de Janeiro. De acordo com Guilherme Simões, secretário nacional de Periferias do Ministério das Cidades, o papel da pasta é trabalhar para a redução de riscos de desastres para a população brasileira, em especial para os indivíduos mais vulneráveis. “Temos o papel de criar uma agenda de longo prazo para a prevenção de desastres, com ações que reduzam as vulnerabilidades”, declarou o secretário.

Segundo o governo brasileiro, o Ministério das Cidades apresentou soluções baseadas na natureza para as vulnerabilidades. As sessões contaram com a participação da sociedade civil (um dos pilares da presidência do Brasil no G20 é a democracia).

Simões acredita que as soluções sustentáveis e inclusivas geram benefícios socioambientais para o Brasil e o mundo. “Elas devem considerar as comunidades locais como parceiras na concepção e implementação das ações. Essa perspectiva também significa reconhecer e fortalecer as medidas já adotadas pelas comunidades, assim como a participação dos movimentos sociais, que têm papel fundamental para fortalecer a efetividade das políticas públicas do governo brasileiro”, apontou.

Para o secretário, o combate à desigualdade é prioridade, e por isso o tema entrou na pauta do Ministério das Cidades e do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional. “O objetivo, ao inserir o combate à pobreza dentro do G20, é buscar a consolidação de uma comunidade internacional preventiva, com protocolos e ações coordenadas com esse fim e com o foco nos mais vulneráveis”. A posição do Ministério das Cidades é a de que é preciso enfrentar também o racismo ambiental e a injustiça climática. 

Compartilhamento de informações

Para Wolnei Wolff, secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, o compartilhamento de informações deve ser mantido como um dos pilares do Grupo de Trabalho de Redução do Risco de Desastres do G20. 

Segundo ele, a troca de informações é essencial em um cenário de riscos de desastres. “Vivemos em uma era de desafios sem precedentes, na qual as ameaças de desastres naturais, mudanças climáticas e crise econômica colocam à prova nossa capacidade de resposta e recuperação. Mais do que nunca, precisamos de abordagens inovadoras e integradas para garantir que a recuperação não seja apenas rápida, mas, também, inclusiva e resiliente, beneficiando a todos, especialmente as populações mais vulneráveis. Por isso, a troca de boas práticas e experiências entre os 20 países-membros é a oportunidade de se articular e apresentar os casos de sucesso”.

Reconstrução de cidades

A reconstrução de cidades afetadas por desastres e os desafios da missão também entraram na pauta de discussões do Grupo de Redução de Riscos de Desastres do G20 no Brasil. 

Abhilash Panda, chefe-adjunto de processos intergovernamentais do Escritório das Nações Unidas para Redução do Risco de Desastres (UNDRR), participou de uma reunião prévia do grupo no Rio de Janeiro, quando ressaltou a dificuldade dos países em relação à reconstrução. “Os países tentam se recuperar e logo ocorre outro desastre. Essa reconstrução precisa acontecer o mais rápido possível. Não devemos fazer apenas estudo de casos, mas também conexões globais capazes de mudar esse cenário”, apontou.

Para Krishna Vatsa, membro da Agência Nacional de Gestão de Desastres da Índia, a dificuldade de reconstrução e o crescimento da pobreza mundial estão diretamente relacionados. “A alma da gestão de risco de desastres é a recuperação, mas não tem tido o apoio necessário. A recuperação demanda recursos do governo e, também, de várias outras frentes. É importante destacar que a falta de apoio na reconstrução gera pobreza. A população não consegue se recuperar e fica em um ciclo de pobreza extrema. Esse ponto é muito preocupante e precisa ser analisado”, exemplificou Vatsa, em referência ao ocorrido no Rio Grande do Sul. 

Brasil na presidência do G20

O Brasil assumiu, pela primeira vez, a presidência do G20, em 1º de dezembro de 2023 e colocou entre as prioridades, a reforma da governança global, o desenvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental) e o combate à fome, pobreza e desigualdade.

Apesar da presidência do grupo ser rotativa (e mudar a cada ano), oficialmente os representantes se reúnem para discutir medidas capazes de transformar o mundo. Dentre elas, políticas de cooperação internacional.

lema da presidência brasileira no G20 é: ‘Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”.

Fonte: Redação de Além da Energia_ENGIE de 28/08/24.

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