Busca pelo termo “petróleo” disparou no Amapá com embate por Margem Equatorial
Com o embate entre Petrobras e Ibama pela autorização para explorar a Margem Equatorial, as buscas pelo termo “petróleo” tiveram picos elevados de busca no estado do Amapá, segundo dados do Google Trends. O governo federal havia estimado em maio deste ano que seria possível extrair 10 bilhões de barris de petróleo na Foz do Amazonas, área na Margem Equatorial, que inclui o Amapá. Porém, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) negou autorização para atividades petrolíferas na região em maio de 2023. Com a recusa, foi iniciada uma batalha política e ambiental ao redor do tema, e a cada atualização o termo “petróleo” vem subindo nas buscas no estado.
A Margem Equatorial é uma região situada no litoral entre os estados do Amapá e Rio Grande do Norte. Descobertas recentes nas regiões de Guiana, Guiana Francesa e Suriname, que também fazem parte da margem, esquentam as projeções sobre o potencial petrolífero da área. Próxima à Linha do Equador, a área se estende por mais de 2.200 km ao longo da costa. Na costa brasileira, a região abarca a Bacia Potiguar, no Ceará; de Barreirinhas, no Pará-Maranhão; e da Foz do Amazonas. A perfuração pleiteada pela Petrobras ocorreria a cerca de 160 quilômetros do ponto mais próximo da costa, a 500 quilômetros da foz do Rio Amazonas e a 2.880 metros de profundidade. O processo de licenciamento ambiental foi iniciado em 2014, a pedido da BP Energy do Brasil, empresa originalmente responsável pelo projeto.
Segundo a Petrobras, pelas características do óleo e pela estimativa dos volumes existentes, a Margem Equatorial desperta interesse não só da indústria brasileira, como também do mercado internacional de petróleo e gás. De acordo com a estatal, a região “conta com uma série de oportunidades para melhorar a vida de milhares de brasileiros. Existe a possibilidade de gerar empregos, aumentar a arrecadação e participar de um desenvolvimento regional e nacional”, diz. O Plano Estratégico da Petrobras prevê um investimento de US$ 2,9 bilhões e a perfuração de 16 poços nesta região nos próximos cinco anos.
Em 29 de setembro, o Ibama emitiu a primeira licença ambiental para atividades e pesquisas de petróleo e gás na Margem Equatorial, na região da Bacia Potiguar. Em 2 de outubro, segundo informou a Reuters, a Petrobras conseguiu uma licença ambiental do Ibama para perfuração na Bacia Potiguar de dois poços exploratórios de petróleo e gás em águas profundas na região com investimento estimado em cerca de R$1,5 bilhão.
Entretanto, a bacia é uma região de sensibilidade socioambiental, onde abriga Unidades de Conservação, Terras Indígenas, mangues, corais e esponjas, além de biodiversidade marinha com espécies ameaçadas de extinção, como boto-cinza, boto-vermelho, cachalote, baleia-fin, peixe-boi-marinho, peixe-boi-amazônico e tracajá.
No dia 11 de outubro, Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, destacou que a empresa espera receber licença para explorar Foz do Rio Amazonas até 2024. Entretanto, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou que o pedido para a atuação da empresa na Foz do Amazonas ainda demandaria uma avaliação criteriosa dos estudos mais recentes sobre a região. Ainda explicou que a licença concedida para a petroleira estatal se tratava da renovação de uma licença vencida, que foi aprovada dez anos atrás, em uma região localizada no litoral do Rio Grande do Norte.
Fonte: cnnbrasil.com.br