Brasil tem potencial para atingir US$ 100 bilhões em créditos de carbono até 2030

Brasil tem potencial para atingir US$ 100 bilhões em créditos de carbono até 2030

O potencial do Brasil para gerar receita com créditos de carbono pode chegar a US$100 bilhões até 2030, dependendo de como o Artigo 6 do Acordo de Paris será desbloqueado e implementado, segundo estudo da Câmara Internacional de Comércio (ICC) do país com a consultoria WayCarbon. Os benefícios da mudança para baixas emissões são estimados em US$26 trilhões até 2030, em comparação com a atual trajetória de alto carbono. De acordo com a Agência Internacional de Energia, são necessários investimentos de cerca de US$16,5 trilhões apenas em eficiência energética e tecnologias de baixo carbono até 2030. O crédito de carbono faz parte de um mecanismo de flexibilização para ajudar países ou empresas que possuem metas de redução de emissões de gases de efeito estufa a alcançá-las de forma mais econômica. Para cada tonelada reduzida ou não emitida, é gerado um crédito de carbono. Assim, quando um país ou empresa consegue reduzir as emissões, dependendo das metodologias envolvidas, recebe um crédito.

O estudo avalia que o Brasil tem potencial para suprir de 5% a 37,5% da demanda global no mercado voluntário e de 2% a 22% da demanda global no mercado regulado pela ONU até 2030. E pode chegar mais, considerando políticas públicas, nos mecanismos do Artigo 6º, gerando receita de até US$ 100 bilhões, equivalente a 1 gigatonelada (1 bilhão de toneladas de CO2 equivalente) na próxima década para os setores de agronegócio, florestal e energia. No caso de não haver ambição, o ganho estimado é de US$ 493 milhões.

A ICC Brasil aponta que há um caminho a ser seguido pelo governo brasileiro e pelo setor privado para destravar e alavancar oportunidades de geração de receita nessa área. O estudo elenca várias recomendações, sendo duas consideradas essenciais. Primeiro, entender os mercados de carbono como potencial para desbloquear oportunidades financeiras para planos de recuperação econômica e acelerar o crescimento sustentável da economia brasileira. E segundo, desenvolver sistemas robustos de monitoramento, reporte, verificação e redução de emissões que abranjam todos os setores produtivos da NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada) brasileira. Gabriella Dorlhiac, diretora executiva da ICC Brasil, afirmou que o momento é de o Brasil “reconstruir sua credibilidade internacional e ninguém melhor que o setor privado para levar esse assunto ao governo e às autoridades”.

Fonte: valorinternational.globo.com

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