Preço do crédito de carbono segue em queda livre. Até quando?
A crise de integridade que atinge o mercado de carbono voluntário há alguns anos continua tendo efeitos sobre os preços. É o que mostra novo relatório da Systemica, desenvolvedora brasileira de créditos de carbono, que destaca a sobreoferta e o alto estoque daqueles que têm sua eficácia questionada.
No terceiro trimestre deste ano, os preços médios ficaram em torno de US$ 4,80 por crédito, uma queda de 18% em relação ao segundo trimestre. O relatório considera créditos de restauração da natureza (que incluem reflorestamento), eficiência energética, conservação florestal (conhecidos como REDD+), reduções de emissões de gases de efeito estufa além do CO2 (como metano em aterros sanitários) e os de energias renováveis.
Cada crédito de carbono equivale a uma tonelada de CO2 evitada ou removida da atmosfera.
“O que temos hoje é um estoque antigo de créditos, que foram gerados em outra realidade de mercado, com outras metodologias. Esse mercado tem menor preço e representa a maioria das transações que abrangemos no relatório”, disse ao Reset o CEO da Systemica, Munir Soares.
Os preços variam conforme o tipo de projeto e a credibilidade percebida pelos compradores. No Brasil, os REDD+ são os mais representativos em quantidade, e seus preços variam de centavos a US$ 20, de acordo com Rodrigo Fernandez, analista de inteligência de mercado da empresa.
Ilana Cardial | Capital Reset | 22/11/24